Contas e números da Câmara Municipal de Lagos – que credibilidade?
Lucidez por não acreditar na fiabilidade das contas e dos números que são apresentados pela Câmara sobre a sua situação económico-financeira.
Coragem porque, para a actual liderança do PSD/Lagos, desempenhando funções profissionais ao serviço do Município, e logo na área económica e financeira, seria, por certo, muito mais cómodo optar pelo silêncio (por fingir que os números seriam fiáveis) e abster-se de tomar posições em desacordo com a posição oficial do presidente da Câmara.
Quem prima a sua conduta pela verticalidade, quem põe princípios acima de conveniências pessoais de circunstância, age como a direcção política do PSD/Lagos agiu – com seriedade, apesar do risco de retaliações pessoais e políticas.
É claro que, incomodado, logo na reunião de Câmara seguinte, o PS, recorrendo a um exercício do mais comum e desinteligente intriguismo (muito ao seu estilo, aliás), deu-se ao trabalho de provocar os vereadores eleitos pelo PSD, atirando-nos em cara uma suposta falha de comunicação ou lapso grave de entendimento entre nós e a direcção política do PSD/Lagos.
Para Júlio Barroso e António Marreiros, “o PSD/Lagos e a sua direcção não conhecia as contas da Câmara por culpa dos vereadores sociais-democratas que não lhes forneciam tais dados.” Pasme-se!
Podiam, ao menos, ter arranjado argumento menos pateta para tentar desestabilizar a boa saúde relacional que continua a existir no seio da família social-democrata de Lagos. Já o mesmo ninguém pode dizer do PS/Lagos...
Entendo perfeitamente o embaraço de Júlio Barroso e aquilo que o levou a mais essa pobre manobra de distracção. Manobra essa, aliás, repetida na sessão seguinte da Assembleia Municipal de Lagos que aprovou o Plano e Orçamento para 2011 só com os votos favoráveis do PS e de mais nenhum outro partido.
É que uma coisa é a Oposição suspeitar que os números não correspondem à realidade. Com a demagogia do costume, pode o Poder sempre dizer que “a Oposição está equivocada, não faz os trabalhos de casa, não conhece”, etc, etc…
Coisa diferente, e certamente com outro peso político, é um técnico da área económico-financeira ao serviço do Município dizer que os números e as contas que o próprio município apresenta estão enviesados, reiterando e validando desconfianças nesse âmbito que têm vindo a ser expressas pelos vereadores da Oposição.
Desconfianças tais que têm sustentado posições e alertas sobre o evidente desequilíbrio financeiro da Autarquia e da necessidade urgente da tomada das medidas apropriadas nesse sentido, as quais o PS tem vindo, irresponsavelmente, a adiar.
Júlio Barroso tem sistematicamente refutado tais necessidades apesar de, entretanto, já ter o plano de saneamento financeiro da Câmara quase pronto para apresentá-lo, brevemente, e em sede própria.
Por conseguinte, o PSD/Lagos tinha razão quando dizia que, inevitavelmente, tal acabaria por acontecer.
Por conseguinte, o PSD/Lagos tem razão para não confiar nos números que Júlio Barroso e o seu PS têm-nos vindo a apresentar. Números que tentam dizer o contrário…
A questão, agora, está em saber se as medidas preconizadas no plano de saneamento financeiro serão suficientes e adequadas a esses mesmos números “enviesados” ou se, até ao final do mandato, para fazer face ao descalabro, ainda teremos mais surpresas desagradáveis a esse propósito, as quais obrigarão a Câmara a medidas mais drásticas que essas.
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