Insuspeito

Ambiente e Urbanismo. E-mail: nunomarques2009@gmail.com. Também no FACEBOOK, em www.facebook.com\nunomarques2009.

13 novembro 2008

“Ao bom pagador não dói o penhor”

Na apresentação da nossa candidatura à Câmara Municipal disse que era irresponsável prometer o que não sabemos se podemos cumprir. A verdade é que, face às dívidas e às esperadas quebras de receitas municipais, ninguém, hoje, pode prometer que obras fará amanhã.
Na actual e difícil conjuntura, é uma obrigação nossa pôr o Município a trabalhar com o objectivo de fixar jovens, criar emprego qualificado, e libertar a sociedade civil de quem a tornou sua refém, em prejuízo da Democracia, desenvolvimento e riqueza comum.
Esse é um dos desafios que queremos ganhar – o de termos um Município que incentiva os jovens a voltar depois de formados, que não contribúi para descapitalizar os cidadãos à custa de extravagâncias e que consegue responder, em tempo e com justiça, ao mais que esperado aumento das solicitações sociais.
Temos consciência que é difícil atingir tais objectivos a curto prazo. A dependência municipal do IMT é dramática e uma pesada herança financeira condicionará fortemente as opções da próxima Câmara. Só à custa da nova “Casa da Câmara” e novos parques de estacionamento resulta um encargo municipal de 81 M€ a pagar até 2033. Mesmo assim, gerindo bem cada cêntimo do dinheiro dos contribuintes, não é impossível conseguirmos.
Não obstante, creio que a expressão de felicidade das crianças da recente campanha publicitária sobre as “obras do regime” mudará quando elas souberem o preço exorbitante que terão de pagar pela factura. Outra verdade que o PS também não conta...
Nos últimos anos as economias familiares deterioraram-se e não foi por termos tido uma Câmara que fez algumas obras e muito fogo de artifício que tal aconteceu com menor violência. Porém, sobre a crise, o nosso adversário continuará a dizer que não é nada consigo e a agir como se as suas políticas nacionais e locais resultassem em melhorias substanciais e duradouras da nossa prosperidade comum.
Por cá, continuaremos a assistir à sua indiferença face às angústias de jovens casais que só conseguem comprar casa (não me refiro a 'habitação social') em Portimão e à negação das evidências quanto à necessidade de redifinir prioridades para realizar as principais ambições do Plano Estratégico (PEL) sem massacrar os contribuintes locais.
O PS local, vivendo um período de hibernação ‘novo-riquista’, continuará a prometer-nos o paraíso, mas a ‘esquecer-se’ de compromissos eleitorais e a contribuir, por vontade própria, para um Algarve mais pobre e desigual. A ‘colonização’ da região por grandes superfícies comerciais também conta com o seu aval à criação de emprego de baixa remuneração e o seu encolher de ombros face à esperada falência de pequenas empresas locais e eliminação de quatro vezes mais o número de novos empregos a criar nos anunciados centros comerciais e "retail centers" de Lagos.
Insistirá o PS em zombar das ideias inovadoras de outros, sejam elas compatíveis ou não com o (seu) PEL ou iguais às de outras câmaras do país de maioria socialista.
Refiro-me a apostas distintas e prioritárias para atrair empresas e algum emprego qualificado: novos pólos industriais, o ambicioso projecto “Cidade do Ténis”, desporto considerado pelo PEL como indissociável do turismo residencial, ou o novo “Centro de Artes e Congressos”, essencial para incrementar indústrias e saberes culturais, entre outros.
O mesmo dizemos da Videovigilância para reforçar a noção de destino seguro. Ou do IMI minorado para imóveis reabilitados ou destinados a arrendamento habitacional. Ou da recolha selectiva de lixo porta-a-porta. Faro e Lisboa (PS), respectivamente, defendem isso mas o seu congénere autárquico de Lagos recusa.
E poderíamos citar mais exemplos para imediata concretização, caso sobre dinheiro para tal, e após aliviados os contribuintes da actual carga de impostos municipais, como é óbvio.
Enfim. As eleições são só no fim de 2009 e quem sabe se, até lá, o PS não dárá mais uma cambalhota, despirá o disfarce de realizador de sonhos pífios com que habitualmente se mascara e também decide começar a dizer a verdade aos lacobrigenses.

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