Opção de Macário Correia em Lagos descredibiliza lista B

É com estupefacção que reajo ao facto da lista B candidata aos órgãos distritais do PSD/Algarve, liderada pelo Eng.º Macário Correia, não integrar nenhum militante da secção de Lagos em lugar efectivo e elegível. Digo-o também com tristeza por constatar que a continuação de um elemento da secção de Lagos na Comissão Política Distrital depende, exclusivamente, da vitória da lista A, liderada pelo Dr. José Mendes Bota, nas eleições da próxima sexta-feira. Apesar disso jogar a favor do projecto político que apoio e que com honra integro, obviamente que o lamento por considerar que é redutor de escolhas e contrário ao princípio da democracia representativa que o PSD defende desde os tempos do PPD.
Para quem, como é o meu caso, se habituou a ver Lagos –a sexta maior Secção do Algarve– a ser tratada com a importância que merece por parte dos órgãos distritais do Partido, constatar agora que nenhum seu militante integra os lugares efectivos das três listas afectas ao Eng.º Macário Correia –Comissão Política, Mesa da Assembleia e Conselho de Jurisdição– leva-me a pensar se nenhum militante de Lagos preencherá o perfil de seriedade, competência e credibilidade exigido pelo actual presidente da Câmara de Tavira para fazer parte do seu projecto político-partidário regional. Ou se nenhum demonstrou disponibilidade para o acompanhar...
Porém, relendo de forma atenta a composição das suas listas, não só confirmo o “apartheid” da lista B em relação a Lagos e aos seus lugares efectivos, como também constato, pasme-se, que o único elemento inscrito na Secção que integra as suas listas –na honrosa qualidade de último suplente do Conselho de Jurisdição!?–, é precisamente uma militante, ex-autarca, a quem a Comissão Política local retirou a confiança política há meses atrás por razões de objectiva desrespeitabilidade estatutária no exercício da sua militância e mandato autárquico.
Ignoro e despreocupa-me, de facto, o que o Eng.º Macário Correia pensa da capacidade e credibilidade do PSD/Lagos e dos seus militantes. Ou se são, ou não, para ele, gente capaz e credível para integrar as suas listas. Diferente e, a meu ver, pior, será se ele vê, como parece, na sua candidata a última suplente do Conselho de Jurisdição, a única em 225 militantes activos que considera politicamente “capaz” e “credível”.
Em todo o caso, parece-me que a sua vasta experiência política exigiria de si um maior rigor na escolha dos candidatos. Ou então, teria tido maior prudência quando decidiu assentar o seu discurso em expressões tão fortes e eticamente tão exigentes como “serenidade”, “estabilidade”, “respeitabilidade”, “união” ou “credibilidade”, entre outras.
Apesar das minhas dúvidas e quase-certezas, tenhamos ao menos a esperança que não seja essa a concepção de “rigor”, “credibilidade” e “competência” do Eng.º Macário Correia.

Não obstante, a avaliar pela composição das listas, uma única certeza tenho – é a de que a sua candidatura, por involuntário que seja, hostiliza o PSD/Lagos e acabou por revelar-se desagradavelmente provocatória da Secção que lidero e dos militantes que a compõem.

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