Insuspeito

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04 abril 2005

Civilizar o debate sobre o "aborto"

Não sou daqueles que pensa que, na questão da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) ou em qualquer outra, haja sempre uma única via para responder a um problema concreto.
Para mim, a IVG é, de facto, um problema da consciência individual de cada um. E também um problema de consciência cívica que Portugal não teve aquando da realização do referendo sobre o aborto há uns anos atrás.
Mas respeito aqueles que defendem que não. Que não é um problema da consciência de cada um e que a Assembleia da República é suficientemente competente para interpretar as consciências dos portugueses e decidir em conformidade com as regras da democracia representativa em que vivemos.
Noutros casos penso que sim, neste não.
Eu fui daqueles que veio de propósito de Lisboa, onde estudava, para votar. Fui daqueles que votou Sim à despenalização (e que vai continuar a votar). Sou daqueles que julga que, do lado do Sim como do lado do Não há argumentos válidos. E que, quer uma posição quer outra, trarão sempre consigo problemas delicados para resolver.
Sou daqueles que pensa que, por exemplo, a prática abortiva não pode tornar-se um hábito, uma reincidência crónica, um acto de correcção de abusos de irresponsabilidade e de criminosos desleixos.
Como sou daqueles que acha que as mulheres que, mesmo não tendo desejado uma gravidez a decidem levar até ao fim, mesmo não tendo condições sociais, psíquicas e económicas para isso, merecem ter do Estado o apoio e a atenção devidas.
E ainda um dos que acha que o debate sobre esta questão não tem sido um debate civilizado e sereno. Sem ressabiamentos e "pseudo-moralistas" das virtudes-únicas do Sim ou do Não.
Um debate como devia ser mas, infelizmente, não é.

5 Comentários:

Às 3:59 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Concordo com a tua posição mas justifico o meu SIM com o facto da preposição abaixo não se verificar no nosso país, ainda que todos os políticos a defendam (apenas em teoria, está visto): "as mulheres que, mesmo não tendo desejado uma gravidez a decidem levar até ao fim, mesmo não tendo condições sociais, psíquicas e económicas para isso, merecem ter do Estado o apoio e a atenção devidas."

efe

 
Às 4:09 da tarde , Blogger Nuno Marques disse...

Compete à sociedade civil no seu todo, avaliar os políticos que a devem representar. E saber diferenciar o trigo do joio.Há políticos e políticos. Há cidadãos e cidadãos. A cultura da indiferenciação, do nivelamento por baixo e do laxismo não é a minha nem a de outros políticos que conheço.

 
Às 4:38 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

as "virtudes unicas",infelizmente ainda se encontram do lado de quem pode dicidir entre Badajoz e Inglaterra para abortar,para depois se manifestar com "velinhas" e "rezas" contra quem os faz em vãos de escadas.
"Para mim, a IVG é, de facto, um problema da consciência individual de cada um" - ou é ou não é:SIM ou NÃO ???? J.B.

 
Às 4:54 da tarde , Blogger Nuno Marques disse...

É Sim para despenalizar. É Não para que a solução do problema fique por aí.

 
Às 5:08 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

É por isso que eu gosto de ti!!!J.B.

 

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