Insuspeito

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03 agosto 2010

Pobre Justiça


Se os argumentos utilizados pelos senhores procuradores da República para fundamentarem o arquivamento do processo Freeport causaram perplexidade e estupefacção nos portugueses pelo cúmulo do ridículo, as declarações de hoje do Procurador-Geral, Pinto Monteiro, constituem a cereja-em-cima-do-bolo da desgraçada Justiça portuguesa.
Hoje ficámos a saber, da boca do Sr. Procurador, que ele sente-se uma figura decorativa do regime...
A sinceridade de Pinto Monteiro honrá-lo-á, mas a sua permanência no cargo, depois destas gravíssimas declarações de impotência, deviam envergonhá-lo ao ponto de levá-lo a fazer o mínimo exigível a quem, com a sua posição na hierarquia do Estado, diz o que ele disse: bater com a porta.
A mim, enquanto cidadão português, envergonha-me que a nossa Justiça tenha chegado a este ponto.
Mas, pelos vistos, isso incomoda-me mais a mim do que a ele ou... a Cândida Almeida.

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