"Lagos dos Aumentos" ou o preço a pagar pelo jacobinismo radical de Júlio Barroso
Sem surpresa minha, a somar aos aumentos das taxas de urbanismo e tarifas de água, resíduos, saneamento e transportes públicos (Onda), foram anteontem à noite aprovados na Assembleia Municipal de Lagos os aumentos das taxas municipais dos mercados, ocupação da via pública, publicidade, etc, etc, etc.
Este ano, os aumentos são de 30%. Para o ano de 60% ou 70%. Em 2012, mais ainda, face aos valores actuais.
Digo "sem surpresa" porque não passaria pela cabeça de ninguém que o presidente da Câmara de Lagos e a força partidária que o apoia retrocedesse um milímetro que fosse perante as pressões de meia cidade para não aumentar as taxas.
A acontecer, seria a primeira vez em nove anos... E Júlio Barroso não é propriamente um político de cedências ou de diálogos.
O presidente da Câmara já demonstrou suficientemente que é um radical jacobino.
E, teimoso como é, se para não reconhecer os seus erros e manter-se nesse trilho ideológico tiver de afogar a economia com impostos, fá-lo-á, sem dó nem piedade. A seguir, lá estará ele e o PS para subsidiar quem precise e, com o espírito solidário do costume, "ajudar os mais pobres".
Acresce que, para continuar a alimentar a imparável máquina de gastar dinheiro que criaram, o PS precisa de muitas mais receitas do que as actuais e tem que ir buscá-las a qualquer lado.
Com o sector da construção civil estagnado, portanto, "os lacobrigenses que paguem (ainda mais) a crise".
Sim, porque, para o PS, admitir que o seu caminho actual é errado e insustentável, está fora de questão.
Ou melhor, para uma parte do PS.
Porque para os deputados municipais socialistas que saíram da sala para não terem de votar contra a proposta do presidente da Câmara, a admissão do erro parece evidente e o sinal claro de divisões substanciais existentes no seio da família socialista local.
NOTA: A expressão "Lagos dos Aumentos" não é minha. Foi, sim, a (feliz) expressão utilizada pelo deputado municipal da CDU, na assembleia de segunda-feira à noite, para caracterizar a política socialista municipal.
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