"Os regimes demagogos" (artigo de Pedro Lomba publicado na edição do 'Público' de 29 de Abril)

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Eu vereador me confesso... admirador de Júlio Barroso!

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Durante praticamente todo o ano de 2009, e no período eleitoral autárquico ainda com mais frequência, era voz corrente ouvirmos o PS de Lagos dizer que a situação financeira da Câmara não era tão má quanto isso e que o que a Oposição falava e dizia em contrário (com base em informações dos serviços técnicos municipais) era pura demagogia.

Em vésperas de eleições, Júlio Barroso dizia que a situação financeira "agravou-se devido à diminuição das receitas, nomeadamente do IMT, mas está controlada", ou seja, como que a tentar dizer que a situação não era assim tão má como alguns tontos andavam por aí a apregoar aos sete ventos, a tentar assustar as pessoas, etc, etc, etc... (ver esta notícia do Correio da Manhã, de 7 de Outubro)

Poucos meses depois das eleições e dos resultados obtidos (seis meses, mais concretamente), o discurso agora é o inverso. Mal a Oposição fala em fazer-se isto ou aquilo, ou em não fazer aquilo ou aqueloutro, lá vem o mesmo PS autárquico acusar-nos de demagogia, populismo, irresponsabilidade e de outras coisas mais feias que não devo aqui reproduzir por causa do estado crítico a que chegaram as finanças do município e das necessidades reais de poupança.

Agora, "a situação é tão má, tão má, tão má, que nem há dinheiro para pagar as dívidas que temos e vem a Oposição falar-nos em aprovar mais esta ou aquela proposta!? Era só o que faltava!" exclamam.

"Tomara haver dinheiro para pagar os ordenados do pessoal...", pensam e insinuam.

Em face disto, é ou não é justo reconhecer o admirável mérito de quem iludiu como iludiu os lacobrigenses, primeiro escondendo de toda a gente a dura realidade das contas municipais, omitindo-a do discurso e do programa eleitoral, e logo a seguir tomando as medidas de brutal aumento fiscal municipal que temos vindo a conhecer nos meses que se seguiriam, sem previamente terem tido a coragem e a seriedade de falar aos lacobrigenses o que estavam a pensar fazer logo no dia a seguir às eleições? É obra.

Acho que devemos todos reconhecer que, se há alguém que possui o dom de iludir as pessoas, com arte, com muita arte mesmo, esse alguém é Júlio Barroso e a sua equipa.

Eu cá já o fiz, pessoalmente, em público, cara-a-cara com o nosso presidente, numa das últimas reuniões de Câmara. Ficou gravado e tudo.

Confesso-me: a minha admiração por ele nesse capítulo é mesmo muito sincera.

(É um dom que eu não tenho.)

Negócios que valem a pena

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Esta semana foi aqui devidamente publicitado o tarifário que a Câmara Municipal de Lagos tem intenção de praticar nos novos parques de estacionamento públicos cobertos e nas zonas de estacionamento de duração limitada.

Os preços são variados e as opções que o Município tem intenção de pôr à disposição dos cidadãos são múltiplas.

Por exemplo, uma avença de estacionamento anual para um trabalhador da CML poder estacionar a sua viatura no parque coberto do novo edifício 'Paços do Concelho Séc. XXI', poderá custar 320 euros por ano enquanto que, para um comerciante do centro da cidade, a mesma avença para o parque coberto da Frente Ribeirinha poderá chegar aos 750 euros.

Convenhamos, não são facturas acessíveis ao bolso de todos, mas o descalabro financeiro da Câmara Municipal é o que mais ordena...

Enquanto isso, há quinze dias atrás, o mesmo Município decidiu vender a um particular, em propriedade plena, uma área de estacionamento público de superfície, localizada na avenida da Fonte Coberta (junto à rotunda da barca), com a capacidade de 20 lugares (ver imagem), pela surpreendente quantia de 11.040 euros, o que é equivalente a 552 euros por cada lugar de estacionamento.

Dois pesos e duas medidas em altura de grave crise das finanças municipais?

Seja o que for, há negócios que valem mesmo a pena para os particulares!

Estacionamento - a partir do Verão vai ser assim (actualizado em 22/Abr))

Excerto da proposta de tarifário de estacionamento nos parques de estacionamento cobertos e zonas de estacionamento de duração limitada à superfície, dos membros da Câmara eleitos pelo Partido Socialista, a qual é hoje presente à reunião de Câmara para deliberação e que vai estar em consulta pública até final de Maio.

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(Resultado da reunião de Câmara de ontem, dia 21/Abr: A deliberação sobre o tarifário foi adiada para a próxima reunião por iniciativa do Sr. Presidente. Sobre este assunto, somente o regulamento foi aprovado e decidido um período de discussão pública 30 dias.)

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NOTA: De acordo com a proposta de Regulamento, 'borlas' só mesmo para residentes em ruas pedonais intra-muralhas e moradores das designadas zonas A e B, correspondente a metade da rua D. Vasco da Gama e nova urbanização na envolvente-nascente ao novo edifício da CML). I

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Ainda há tempo para mudarmos

Felizmente, ultrapassados os constrangimentos que o impediam, começou, em força, com o rigor e a qualidade a que o meu eterno Amigo Carlos Mesquita nos habituou, a actualização do tributo online à revista Nova Costa D'Oiro - a revista do Hélio José.

O blogue está alojado em http://www.novacostadeoiro.blogspot.com/ e os textos revisitados espantam pela sua actualidade.

Quinze anos depois, também o meu texto, citado neste post (apesar de não tão bem escrito como eu desejaria tê-lo feito quando tive 22 anos de idade), à semelhança dos de outros colaboradores que o Carlos Mesquita vem revisitando, permanecem, diria, de uma cruel actualidade.

"Ainda há tempo", era o título desse primeiro artigo que escrevi para a Nova Costa D'Oiro e com o qual dava início a uma colaboração mensal que durou quase até ao último número da revista.

Ainda há tempo para mudarmos, entenda-se.

E, mais uma vez, obrigado Carlos pela iniciativa de pores a falar este nosso passado tão presente!

"Lagos vai ter parquímetros" - Notícia d'O Algarve de 7/Abril (actualizada)

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Leia também, a propósito, a óbvia, isenta e insuspeitíssima opinião do director do Jornal 'O Algarve', aqui.

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Como curiosidade, deixo-vos aqui também, um texto, com data de 14 de Setembro de 2009, do actual presidente da Câmara de Tavira, Dr. Jorge Botelho, feito durante a sua intervenção na festa de apresentação dos candidatos autárquicos socialistas tavirenses, donde retirei a seguinte frase: Vamos “combater o estacionamento pago em todo o lado.” Veja aqui.

Para melhor conhecer as posições de Jorge Botelho sobre a matéria, leia aqui.

Já agora, dê-se ao trabalho e procure aqui (a ver se encontra...), alguma opinião crítica do isento, insuspeitíssimo e altamente credível, Director d'O Algarve sobre a actual política socialista de circulação e estacionamento em Tavira.

Eu cá já procurei e não encontrei nenhuma. Por que será!?

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Onde está a Autoridade do Estado?

Em boa verdade, não há nenhum português que fique indiferente à revolta dos cidadãos de Valença contra a injustiça - mais uma deste Governo que tanto enche a boca com o discurso social - que constitui o encerramento do SAP daquela cidade minhota.

É uma revolta justa, a somar a tantas outras por esse país fora, de tantos e tantos portugueses que, nos últimos anos viram-se privados de cuidados básicos de saúde e cada vez sabem menos qual o destino que o Estado dá aos impostos que pagam.

Também nós, algarvios, também nós, lacobrigenses, sabemos muito bem o que é fechar SAP's, a somar às repetidas promessas eleitorais de construção do hospital central do Algarve ou do novo hospital de Lagos.

A esmagadora maioria dos portugueses está solidária com a luta dos seus compatriotas de Valença!

Quanto à forma escolhida para essa luta de Valença, no meu entender, a conversa tem obrigatoriamente de ser outra.

Vestir as paredes da cidade com as bandeiras espanholas é uma provocação inaceitável. E a passividade e a indiferença com que o Estado assiste à situação, a prova da ausência total da sua autoridade.

Autoridade do Estado, um dos pilares fundamentais do nosso e de tantos outros estados de direito democráticos...

"Projecto Eriksson" - A montanha pariu um rato?

Há quatro anos a Câmara de Lagos apresentava o projecto desta maneira - o pomposamente chamado "projecto Eriksson" era composto por nove campos de futebol, dois meios-campos para treino, uma arena central com bancadas, pista de atletismo, salto, campo de lançamento, um campo de golfe e academia, piscina olímpica e courts de ténis.
As infra-estruturas de apoio – comitivas, acompanhantes e imprensa – seriam compostas por um hotel, uma “sports village”, um SPA e uma Clínica de intervenção directa, correspondentes a uma muito baixa ocupação devidamente enquadrada no terreno (ver aqui).

Agora, afinal, parece que não vai ser bem assim, mas como aparece nesta notícia e noutras similares que apareceram na imprensa nos últimos dias.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se os discursos.

Ou será que o que a montanha pariu terá sido mesmo um rato?