Descontrolo na despesa, incapacidade realizadora e desincentivo ao crescimento económico

Descontrolo na gestão da despesa, incapacidade realizadora (cerca de metade do previsto) e desincentivo ao crescimento económico em virtude da política de forte agravamento de impostos municipais seguida pelo actual Executivo camarário, são as conclusões resultantes da análise do "Relatório de Gestão e Demonstração de Resultados de 2004", apreciado e votado ontem na reunião do Executivo Municipal.

Dados constantes do documento oficial de prestação de contas da Câmara Municipal de Lagos permitem concluir que:

- 49,324 milhões de euros é o valor global das receitas, 36,639 milhões o valor das despesas;

- 2/3 da despesa é consumido em "despesa corrente"; apenas 1/3 é "despesa de investimento";

- O Plano Plurianual de Investimentos teve um nível de Execução de 56% (investiu-se menos 9,3 milhões de euros do que o inicialmente prometido!);

- As receitas de IMT/Sisa + IMI/Contribuição Autárquica registaram um assinalável aumento de 3,0 milhões de euros (!) relativamente ao ano anterior;

- 11,881 milhões de euros foram recebidos pela venda do sistema municipal de esgotos à empresa "Águas do Algarve"; 672 mil euros foi a quantia arrecadada com recurso a financiamento bancário.

Ou seja:

1. A receita e a despesa municipais bateram os recordes de todos os tempos. (Aliás, o desemprego no concelho também. Não consta do "Relatório" mas, em Janeiro último, estavam inscritos no Centro de Emprego 1282 desempregados!)

2. É demasiado dinheiro para tão baixo índice de realização (56% do prometido!) e tanto esbanjamento (2/3 da despesa é "despesa corrente").

Se a economia local não está a definhar, se as famílias lacobrigenses não estão cada vez mais pobres e se a Câmara não anda a nadar em dinheiro e a fazer "vida de Lorde" às nossas custas, então, afinal de contas, o que é que verdadeiramente se está a passar!?