Insuspeito

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22 março 2005

“– Primeiro estou eu. O cidadão que espere.”

Já toda a gente neste concelho percebeu que o Dr. Júlio Barroso (JB) é o candidato do PS às próximas autárquicas. Já toda a gente percebeu que JB é o único candidato que o PS tem para apresentar às próximas autárquicas. Já toda a gente percebeu que JB, presidente da Câmara, provedor da Santa Casa da Misericórdia e notário – se me esqueci de algum cargo digam… –, já fez as suas contas todas e já decidiu.
Candidata-se novamente, ganha as eleições (isto é ele a pensar…), ganha as eleições, abandona a presidência para ir abrir o seu cartório notarial privado, que lhe dá muito mais dinheiro e muito menos chatice, e oferece o cargo de presidente ao segundo da lista. Isto são as contas dele e do PS, está claro.
No meio disto tudo, as contas do cidadão que precisa de fazer uma escritura, que desespera pela marcação e realização de uma escritura, as contas do cidadão é que saem erradas.
Diz JB, na sua entrevista ao “Correio de Lagos”, que a sua licença especial por serviço público dura até ao fim do seu mandato autárquico, pelo que não irá proceder à abertura do cartório privado até lá. O cidadão que espere, se quiser. Se não quiser vá a outro concelho fazer. Ou então que espere, como sempre esperou, para fazer a sua escritura em Lagos.
Este país às vezes impressiona. Um governo, por acaso do PSD, fez uma reforma profunda – concorde-se ou não com o teor – para facilitar a vida ao cidadão. Uma reforma pela qual também JB tantos anos lutou para que se efectivasse. A reforma está feita e JB até reconhece que está bem feita.
(– Ò Sr. Presidente, terá esta sido mais uma das “trapalhadas” ou mais uma daquelas “políticas desastrosas” do Governo anterior? Porque é que nunca o ouvi criticar o anterior governo pela privatização do notariado? Não precisa responder. O seu silêncio durante este processo foi suficientemente revelador.)
Agora é JB, um único cidadão deste país, olhando apenas e só para o seu interesse pessoal, que decide quando é que põe o cartório a funcionar!? Pelos vistos, sim. O que é mau.
Imaginemos que JB era presidente durante os próximos dois ou três mandatos. Teria o cidadão que esperar o tempo que ele quisesse para que o seu cartório entrasse em funcionamento? Arranjava um substituto por tempo indeterminado quando a lei diz que a licença é pessoal?
Deixava de ser notário para dar a vez a outro? Alguém acredita nisso?
Afinal de contas as reformas servem para quê? Para ficar tudo na mesma é que não deve ser.

4 Comentários:

Às 9:26 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Manuseiem-mo que eu cada vez tenho menos forças nos braços.Não será que mesmo com a máscara do "serviço público" esta sociedade nos atira cada vez mais para uma forma individualista e narcisa de estarmos.Foi nossa a escolha,para quê agora tanto quiexume.It's to late my friend!!!! J.B. que não Júlio Barroso

 
Às 1:03 da tarde , Blogger Nuno Marques disse...

É verdade que essa é uma das actuais tendências. Muita gente tem-se aproveitado do tal "serviço público" em proveito próprio, e é isso que não podemos tolerar. Já me conheces suficientemente bem para saberes que é contra isso mesmo que eu luto. Se é tarde ou cedo, direi apenas que nunca é tarde para lutar por aquilo em que acreditamos

 
Às 12:44 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Dispões de alguma informação adicional que te permita concluir que o teu raciocínio está correcto? Ou, será que agora, deste em «ler» os pensamentos e as opções alheias? Desconhecia-te essa veia de Zandinga... Embora, seja agradável saber que na vereação e na liderança do PPD/PSD há alguém com esses dotes... Abraço amigo do Carlos

 
Às 11:36 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Privado, meu amigo, privado!!!!! é o Júlio Barroso que decide quando, onde, como abrir e iniciar as funções e obrigações do novo espaço de notário.
AG

 

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